sábado, 28 de março de 2015

CUIEIRAS


As primeiras notícias que temos sobre Cuieiras nos advém de 24 de setembro de 1799 e foram encontradas no livro de Óbitos da freguesia dos Santos Cosme e Damião que cobre o período de 1797/1865. Nele, à página 10, encontramos o seguinte registro de falecimento: “... Aos 24 de setembro de mil setecentos e noventa e nove faleceu sem sacramentos por morrer de facadas, Maurício Pinheiro, viúvo morador na Cuiheira desta freguesia, foi sepultado nesta matriz, envolto em hábito branco, de que para constar mandei fazer este em que assinei. José Aranha de Vasconcellos”. Sobre este Maurício Pinheiro, infelizmente, nada conseguimos verificar nos inventários, testamentos e processos crimes existentes no Departamento de Pesquisa Histórica -D. P.H., do Museu Histórico de Igarassu, já que a documentação é toda posterior a data de falecimento supra citada.
Acerca do nome Cuieiras, encontramos no Dicionário Aurélio a seguinte definição: “... Árvore baixa, da família das bignoniáceas, de caule tortuoso, flores solitárias, grandes, esverdeadas ou amarelo-pálidas, com estrias roxas, a qual fornece madeira castanho-amarelada, dura e forte, própria para marcenaria, e cujo fruto baga é usado como vasilhas, cuias e instrumentos musicais; cabaceira, árvore-de-cuia, cuité, coité”.  É muito provável que o nome da localidade advenha dessa árvore, embora, nada comprove documentadamente até o presente, que ela tenha existido em abundância naquelas paragens.

Em 1985, ao efetuarmos a leitura paleográfica de alguns Livros Notas que se encontram no D. P. H. do Museu Histórico de Igarassu, encontramos uma escritura datada de 29 de janeiro de 1887, na qual D. Lusia do Espírito Santo Rangel, D. Francisca Joaquina Rangel e D. Isabel Emiliana Rangel, como cristãs que são doaram uma pequena sorte de terra para construção de uma Capela sob a invocação de São João Batista. A capela, infelizmente, não foi construída de imediato. A sua edificação deve-se a professora da localidade, D. Maria Dias Vidal (mais conhecida como D. Maroquinha) que conseguiu da Fábrica de Cimento Poty a doação do material. A obra foi executada com participação da população local e só ficou concluída em 1938. No começo do século XX existiam na região diversas minas de onde se extraiam cal de ótima qualidade. Ainda hoje abundam na área restos de diversos fornos de queimar esse material. Temos notícias da existência de um intenso comércio desse produto entre a localidade e a capital do Estado. Aos 13 de maio de 1937, foi inaugurada na localidade a Escola 13 de Maio, que teve como sua primeira professora D. Adélia de Oliveira Melo, que foi substituída em 1938 por D. Maria Dias Vidal (D. Maroquinha).

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